O Governo do Estado pretende retomar neste ano os planos para construção de um Centro de Pesquisas Clínicas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Mato Grosso do Sul. O custo estimado do projeto é de R$ 20 milhões.
O processo para implantar o Centro de Pesquisas em Mato Grosso do Sul teve início em 2007. No ano posterior, em 2008, a prefeitura da Capital, na época regida por Nelson Trad (PMDB), doou um terreno para a construção da unidade.
A decisão foi tomada em reunião na terça-feira (12), entre o governador Reinaldo Azambuja e os pesquisadores Julio Henrique Rosa Croda e Rivaldo Venâncio da Cunha.
Azambuja alegou que pretende buscar recursos de emendas parlamentares e disponibilizar dinheiro do Estado para a construção do prédio de cinco andares em Campo Grande.
Em nota da Fiocruz de 2008, a instituição já anunciava o investimento de R$ 20 milhões e também que o prédio deveria ficar pronto em 30 meses. Agora, as partes envolvidas decidiram retomar o projeto por “entenderem ser o momento apropriado”.
“Assumimos o compromisso de, em um trabalho conjunto com a Fiocruz, buscar a bancada federal e conversar com o relator-geral do Orçamento da União, Marcio Bittar, além de disponibilizar recursos do Estado de Mato Grosso do Sul porque entendemos que é muito importante a construção desse Centro de Pesquisas Clínicas", afirmou Reinaldo Azambuja.
"Não é só um prédio, tem todas as pesquisas envolvidas. A Fundação Oswaldo Cruz tem feito um excelente trabalho, inclusive em busca de soluções para a pandemia”, continuou.
Para a escolha da construção do Centro no Estado, foi considerado as condições epidemiológicas, localização geográfica e a existência de cientistas reconhecidos no país por liderarem grupos de pesquisa.
O pesquisador Júlio Croda defendeu que o polo terá potencial para atrair indústrias farmacêuticas e movimentar a economia do Estado, além de proporcionar avanço científico.
“É importante o investimento em ciência na área da saúde. O Centro vai gerar produtos que vão retornar para a sociedade. Essa parceria entre gestor, cientistas e instituições de pesquisa geram frutos também no desenvolvimento econômico”.
O também pesquisador Rivaldo Venâncio disse que o Centro vai criar as condições materiais e estruturais necessárias para que estudos locais possam ser explorados em larga escala.
“Teremos, por exemplo, projetos para testar novas vacinas, não somente Covid-19, novos kits para diagnósticos de várias doenças e todas as pesquisas necessárias para o desenvolvimento e incorporação de novas tecnologias não somente para o sistema público de saúde, mas também para o privado”, explicou.
Além disso, Croda ressaltou que a unidade vai funcionar através de parcerias com as instituições de ensino sul-mato-grossenses, na parte do desenvolvimento de pesquisas clínicas.
“Apesar da Fiocruz estar liderando esse Centro de Pesquisa Clínica, a gente sempre trabalha em parceria. E o objetivo é continuar essa parceria com as universidades públicas, como Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), e privadas do Estado”, disse.
Também participaram da reunião o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, e a secretária-adjunta, Christine Maymone.